sábado, 23 de abril de 2011

LEITURA(S)

Oi Renata,
O terceto é bastante enigmático, mas fica enriquecido com o título “Prenúncio”. Um prenúncio não é um anúncio, todo o poema é o que se indica no título, um prenúncio… Um amor militante à palavra, um amor de mangas arregaçadas… a caminhar para um lugar de chegada, lugar de partida. Bem-vinda (onde a vinda se une ao Bem) nesta breve Poesia, sem fim: onde o tempo chega e não acaba. Beijos

Vera,
Da ideia dum diálogo entre espaços distintos do psiquismo resulta um equacionar do querer, onde a vontade oscila e a palavra dança, no avanço e recuo da afirmação. Firma-se a contradição, o processo mental num diálogo interessante de seguir onde, o que se destaca é o que as palavras dizem. Não é o domínio plástico da linguagem que se impõe, sem distracções, dispõe-se da razão a seguir e decidir das virtudes da enunciação:
«
A minha decisão está acima
Da minha natureza
E a minha consciência,
Além dos meus impulsos.
»
Ser ou não ser, eis a questão? É um poema para ler e pensar, dá razões à razão, mesmo sem passar pelo coração? Há alguma emoção, para quem entrar no diálogo.
«
Clamando em silêncio
Pela minha liberdade.
»
A liberdade dada pela opção de jogar o ser, n(um)a dúvida, ser_á!...
Parabéns.

Flávio:
Um poema interessante disposto em três estâncias, como pedras no leito do rio onde temos de deixar correr a voz do poeta nas suas pedras, letras dispostas no leito do rio. É ver como se aguenta a metáfora, essa á a leitura que nunca deve ser passiva sem se correr o risco da indiferença que anula toda a diferença e liquida a poesia. Poesia que se quer líquida, como a água no rio a correr…
Primeiro a solidão, tristeza, choro.
Segundo, a amargura transborda em frustração.
Finalmente a criação de sedimentos futuros de/pendentes da “meteorologia”, o que ficou das leituras que se façam.
«
invadindo as margens
levando na enxurrada
»
Parabéns.

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