quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Poesia e Exílio

Ocorre-me como primeira ideia, associando Poesia e Exílio, as emissões de rádio onde Manuel Alegre fez passar a mensagem da resistência política ao Anterior Regime, contra a Ditadura salazarenta. Ou seja, salta-me a ideia da Política na abordagem do tema conjunto proposto para reflexão.
Vejamos, o que é o exílio? É voluntário? Se Sim, será exílio? O Exílio é uma noção política, é o afastamento - imposto! A sensação de exílio, aí entramos na adjectivação das sensações, é outra coisa. Então, creio ter ido dar ao ponto certo na primeira ideia que me ocorreu: a Poesia na sua vertente política e, se não forçosamente como fazendo parte duma Resistência, uma forma de resistir.
Toda a Poesia têm muito de resistência: resistir ao sufoco, expressar o que está a mais ou a menos (o mais ou menos dificilmente alimenta a emoção, alimento primordial de paixão e entrega à causa que nos causa a respiração do poema, inspiração...). Poesia é uma arte da palavra, logo, talvez mais do que qualquer outra, é uma arte do pensamento. Pessoalmente, se não achasse que a Poesia é uma forma de Filosofia, talvez procurasse uma outra forma de expressão: a música ou qualquer outra (a Poesia vejo-a como, tento integrá-la, nas Artes Plásticas, mas isso levar-me-ia para outras vertentes e deixo só como apontamento) Arte Plástica.
Intervir sobre este tema levar-me-á a tentar ensaiar uma reflexão filosófica, procurar a verdade que resulta da prática da Poesia e da compreensão do que seja o Exílio. Nesse sentido seria forçoso e necessário ir buscar auxilio, pensar sobre o que outros pensaram. Isso permite-me fazer a grande distinção entre ter uma filosofia na abordagem da Poesia ou praticar a Poesia sem filosofia alguma, na segunda hipótese até a ideia de Poesia para o que se obtenha como resultado, pode e deve, ser equacionada. Fazer Poesia sem ideia alguma do que seja Poesia, penso que é coisa impossível.
Vamos para o Exílio, a Poesia é o Exílio? Ninguém se exila através da Poesia. A Poesia é o assumir da Língua procurando-a como um domínio rico onde a linguagem ganha e dá cambiantes que nos mudam a vida: no momento da escrita e para sempre. Porque a Poesia cria a existência dum hiato no próprio acto poético, estou e não estou, sou e não sou, realizo mas nada realizo, crio porque engravido da Língua e a descubro Pátria, Mátria, Frátia e tudo que imaginar possa e consiga. Ninguém se exila na Poesia, através dela e, logo, nunca por... Ela: Poesia. Isso seria negar à Poesia a vivência de maravilhoso, quiçá, exílio da realidade fantasia, loucura, outra coisa qualquer?
Releia-se a frase anterior e pense-se o que há de antitético, patético, poético... no pensamento quando ele se torna dialéctico. Não há Poesia sem Exílio, sem a fantasia ou a realidade, ou seja o que for, se não nos fazem falta, o que vamos exprimir através da poesia procurando fazer Poesia?
Se o Exílio é algo que nos é imposto, nos obriga, nos afasta, então o poeta é sempre um exilado da Beleza, do Amor... Mesmo se o vive, ele precisa cantá-lo, precisa de ir mais além. O poeta está sempre exilado num aquém do que procura, nessa medida pode ver-se como um exilado. Por outro lado, se se exila do outro lado, se dá em louco, a realidade é tão pouco para o sonho, não há qualquer conclusão para o tema proposto para reflexão. A não ser... as conclusões todas que cada um tire, as que julgue outros tenham tirado, "and so on"...
A minha conclusão vai ser esta, falta na minha abordagem situar e precisar o confronto da palavra, desta palavras, com as palavras de outros, aprofundar o pensamento, melhor reflectir. Pode-o fazer o leitor/a, tem estas para dialogar com elas, se para aí estiver virado ou virada.

Este parágrafo era assim, ainda é:

A minha conclusão vai ser esta, falta na minha abordagem situar e precisar o confronto da palavra, desta palavras, com as palavras de outros, aprofundar o pensamento, melhor reflectir. No entanto, que melhor motivo para dar os parabéns a quem organiza e promove um encontro desta natureza?
Beleza! Pena minha de não estar aí, cá vai, dos Açores, um abraço amigo.
Francisco Coimbra

Para a notícia ser completa:
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Meus caros amigos,

como alguns de vós já sabem, sábado dia 15 irei participar numa tertúlia perto de Leiria, mais concretamente em Pousos, no novo espaço do Teatro "O Nariz".

Morada:

(Travessa Florbela Espanca - Touria - Zona Industrial dos Pousos)


O tema da tertúlia será "Poesia e Exílio". Será o poeta um exilado? Será que todo o poeta é exiliado? Será que a poesia é uma forma de regresso e que, afinal de contas, a sociedade em que vivemos é que será exilada dela própria, das suas potencialidades, das suas descobertas, da sua interioridade, da sua forma de ser poema? Será um debate bem interessante.

O horário será às 13.00 da tarde e o debate será conduzido por José Félix.

Quem quiser trazer poemas da sua autoria ou da autoria de outros, pode trazê-los.

Menu do almoço (poesia e gastronomia também rimam!)

Entradas
Pão
Azeitonas
Paté de Atum
Patê de Caranguejo
Queijo

Saladas

Alface/Tomate
Mista com frutos secos
Arroz Primavera

Carne

Lombo de Porco no forno c/ batata assada
Frango no Forno c/ batata assada

Sobremesa

Fruta
Doce

Vinho tinto

Refrigerantes
Água
Café

Preço do Almoço - 12,50 Euros

O mail para inscrição é o seguinte: onariz_teatrodegrupo@sapo.pt

Entretanto, aproveito para partilhar também mais bloguices:

- o poema maravilhoso de paul simon "bridge over troubled water" tão bem cantado pela dupla simon & garfunkel;
- uma reflexão de neale donald walsch sobre a sexualidade;
- uma brincadeira sobre o filme eat, pray, love e
-  um outro poema maravilhoso de paul simon "bleecker street" bem acompanhado pela bela fotografia de alvin langdon coburn.
 
Como sabem, o endereço é http://jorgevicente.blogspot.com

Enfim, uma semana cheia de bons poemas, propostas e abraços!
Jorge Vicente

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