sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

ANÁLISE CRÍTICA

POR ESTE PRAZER DE QUEM CORTA O VENTO
Um texto de Francisco Coimbra

(Análise crítica)

Maria José Limeira

Ah! Esse texto bonito do meu amigo & compadre Francisco Coimbra, “Por
este prazer de quem corta o vento”, cujos comentários sou suspeita de
emitir, pelos laços de amizade & admiração que nos ligam.
Mas, independentemente de nossas afinidades, o texto bem merece nossa
atenção, pelo muito que nos diz em linguagem, construção & figurações.
É uma espécie de bússola a quem se dispõe a fazer Poesia, como se
fosse uma “carta a um jovem poeta” que alguém já escrevera em prosa.
Oh! E que carta tão bonita & inesquecível! Tão bela quanto esse poema
de Francisco Coimbra que se abre em confidências como se falasse a si
mesmo, num momento de luz, que pretende dividir com seus pares. Com
todas as letras.
O mais interessante é o movimento que o autor empresta ao texto,
usando a figura do cavalo corredor que leva um escritor a capturar o
etéreo em feliz cavalgada.
Criar Poesia é “manter viva a chama das palavras / com este à vontade
de quem com elas conversa”.
É muito linda essa convivência com as palavras...
O texto é compacto. Os versos se unem uns aos outros, num continuado
ritmo formando, talvez, mais uma prosa-poética do que mesmo um poema,
o que, no entanto, não o desabona, pois a Poesia está presente como um
todo.
O texto de Coimbra dá-nos a esperança (no início de 2011) de que
outros textos bonitos virão.

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POR ESTE PRAZER DE QUEM CORTA O VENTO
A todos e a cada um dedico:

continua a manter viva a chama das palavras
com este à vontade de quem com elas conversa
deixando em versos a poesia do pensar e sentir
num fluir do mundo para a Língua como pátria
onde ninguém é pária a não ser se despreza
este prazer de ler e se fazer do som às formas
numa transformação da matéria essencial

da matéria deletéria dum pensamento vago
onde difuso se difunde o sonho que vagueia
sem marcar encontro com um pensamento
passa-se a procurar a história da ideia solta
até saltar e assaltar a atenção montando-a
como um puro sangue capaz de se deixar
levar por este prazer de quem corta o vento

Francisco Coimbra
FELIZ 2011!
 

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